No último sábado participei de uma calorosa discussão sobre qual a real finalidade do Wireframe.
Quem seria “O Deus” por trás de tal obra ?!
Enfim, nem tanto ao céu e nem tanto a terra. Como nunca acreditei em verdades absolutas, ponderei sobre o assunto por várias horas e resolvi escrever este post.
O primeiro ponto a analisar é quem cria o Wireframe? Seria o Arquiteto de Informação? O Gerente do Projeto? O Diretor de Criação? O Desenvolvedor Senior? A Copeira?
Cada um tem a sua especialidade, talvez alguns mais do que outros, afinal a Copeira tem o dom supremo de manter todos acordados como zumbis com o café rs. Mas vamos pensar: é possível que um arquiteto de informação seja (espera-se) o cara que entenda de Usabilidade, que compreenda as necessidades do cliente e seus anseios por resultados e se ele entender de criação, semiótica, programação de front end, compreender das funcionalidades de um back end, tempo de resposta de um banco de dados e uma idéia de quantos registros serão manipulados por segundo, tenho certeza que o wireframe produzido não deve ser tocado por ninguém e seguido a risca.
Porém quantos profissionais possuem todas estas qualidades? Ou pior? Quantos acham que possuem todo este conhecimento?
No site User Expertise, são classificada as vantagens e desvantagens de um wireframe:
“No entanto o designer pode (e deve), quando da construção de um wireframe ter um pensamento na ótica da experiência do usuário, evitando layouts complexos, conteúdos redundantes e links ocultos. Nesta análise por parte do designer, deve ter em consideração a eficácia do web site, a supressão de etapas e consolidação do layout. De modo a ir ao encontro das diretrizes de usabilidade anteriormente referidas.
Tem como principais vantagens:
- A facilidade de previsão e análise de usabilidade no momento de construção;
- A ajuda a equipe de desenvolvimento e programação, produzindo a ideia base, padronizada;
- Os wireframes são também utilizados após a implementação, para que seja possível a comparação entre o protótipo e o produto final;
- É conotado como um documento da página, auxiliando a análise futura de riscos e de funcionalidades.
As desvantagens são as seguintes:
- A não-aceitação por parte do cliente de um layout mais orgânico, com base nas leis da usabilidade, em confronto com designs de grande impacto gráfico.
- Se os web designers, seguirem à risca todo o wireframe, o produto poderá perder a nível da criatividade e inovação.
- Se não for desenhado a uma escala exata pode ocorrer complicações de dimensões de página, e todo o projecto poderá ficar comprometido.”
Hoje em dia a palavra de ordem é inovação, em uma constante guerra com novos dispositivos e a disputa acirrada com novos desenvolvedores que aparecem a cada minuto, sacrificar a inovação seria um tiro no pé. Como disse anteriormente, se o responsável pela criação do Wireframe possui conhecimentos para atender todas as necessidades desta importante parte do projeto, ótimo ! Senão, um trabalho a várias mãos seja o modelo mais apropriado, como diria a filosofia mais antiga “Cada um no seu quadrado”.
Todos os papéis em um projeto Web são extremamente importantes, como disse antes não existe uma verdade absoluta ! Se todos fossem seguir a Usabilidade citada por Jakob Nielson, os sites seriam de usabilidade incrível, mas todos praticamente iguais. Mas quem segue pelo menos alguma coisa? 90% dos sites no Brasil não seguem os padrões da W3C, imaginem o quesito usabilidade?
Mas ai você me pergunta, como então eu construo um Wireframe?
Existe um tutorial excelente produzido a partir do original da Six Revisions, aqui. Porém seguir apenas o tutorial que começa dizendo que o Wireframe é um importante passo para o processo de design, seria negligenciar a real importância disso, será que um Diretor de Criação sabe onde deve incluir um post back? Ou se realmente um Drop Down de todas as cidades brasileiras é adequado em determinada funcionalidade? Enfim, fica claro que é necessário consultar mais alguém… A Copeira? rs
Richard Barros, comenta em seu post a seguinte frase que acho brilhante:
Arquitetos de informação não são necessariamente designers, mas não saber desenhar não significa que tenha que ter medo de criar wireframes. Supere esse medo e expresse suas ideias no esboço de alguma forma. Desenvolver wireframe é como projetar seu website em voz alta.
Enfim, um wireframe construído a várias mãos tem tudo para ser uma ferramenta que ajuda a todos, arquitetos, designers, desenvolvedores, dba´s, o cliente e principalmente A Copeira.
Fontes:
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